Alternativa para alimentação, jaca ganha espaço no agronegócio paranaense

31/05/2021
A região Noroeste do Paraná tem como um dos destaques a produção de jaca. Em Altônia, por exemplo, a fruta está espalhada em algumas vias urbanas ou agrupada em fazendas na zona rural, onde os pés ocupam cerca de 15 hectares no município. A cidade de pouco mais de 22 mil habitantes é a maior produtora da fruta no Paraná. Foram 10 toneladas em 2019, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, cinco vezes mais do que os vice-líderes, Barbosa Ferraz, Esperança Nova e Umuarama. O título informal de capital da Jaca substituiu a fama do passado de Rainha do Café. As histórias das duas culturas estão entremeadas. As jaqueiras começaram a surgir em Altônia como forma de dar conforto para os agricultores que passavam o dia na colheita de café. As árvores, como conta o técnico em agropecuária da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, Paulo Cezar Lavaqui, eram plantadas à beira dos corredores nos cafezais para fazer sombra para os trabalhadores. Embaixo do pé da fruta podiam fazer as refeições e tomar água escondidos do sol. De quebra, as jaqueiras ainda serviam de quebra-vento para os pés de café, melhorando as condições da produção, o que agradava os “donos das terras”.// SONORA PAULO CEZAR LAVAQUI.//

Mas, o café deixou de ser produzido na cidade ainda na década de 1980 devido a doenças não controladas que acabaram com os pés. As jacas resistiram. Ficaram e agora dividem espaço com as culturas de limão, abacate e manga dentro de Altônia. A fruta se transformou na queridinha de quem optou por uma alimentação vegana, substituindo a carne. A expressão “carne de jaca” está se popularizando. Tem coxinha de jaca, presunto, fricassê, risoto, entre outras opções. A tradicional Vaca Atolada, por exemplo, virou Jaca Atolada e ganhou muitos fãs. É justamente esse filão da alimentação saudável que fez com que a cultura conseguisse ainda mais espaço na fazenda do produtor Ricardo Casemiro dos Santos. Ele percorre semanalmente os 640 quilômetros que separam Altônia de Curitiba para entregar jaca na Ceasa da capital. São 500 quilos por semana, parte considerável das cerca de 2 mil frutas do município que abastecem o mercado paranaense.// SONORA RICARDO CASEMIRO DOS SANTOS.//

O período da colheita da jaca é entre setembro e março. Na região de Altônia, são 300 jaqueiras que garantem o abastecimento de jaca no Paraná. A jaca de Altônia faz parte da série de reportagens “Paraná que alimenta o mundo”, desenvolvida pela Agência Estadual de Notícias. O material busca mostrar o potencial do agronegócio paranaense. (Repórter: Rudi Bagatini)