Portos do Paraná inaugura oito viveiros comunitários para recuperar áreas degradadas

Instalação de equipamentos faz parte do programa da empresa pública que prevê recuperar 40 hectares de áreas na beira de rios ou no entorno de nascentes do Litoral do Estado. Viveiros vão atender propriedades agrícolas parceiras, dentro da Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba.
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11/10/2022 - 14:20

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A Portos do Paraná construiu oito viveiros comunitários para produção e manutenção de mudas de árvores que serão usadas na recuperação de áreas degradadas. A intenção é recuperar 40 hectares de áreas, seja na beira de rios ou no entorno de nascentes. A ação faz parte do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas, o PRAD.

Os recintos vão atender as propriedades agrícolas parceiras, dentro da Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, nos núcleos Rio do Nunes, Cedro, Boa Esperança, Guardiões e Guardiãs da Mata Atlântica, São Sebastião, Água Viva, Vale do Gigante e Esperança.

“A ação contribui para o aumento e atração da biodiversidade da fauna nativa para o local da intervenção, pois a metodologia imita o que acontece na natureza, utilizando o princípio da sucessão vegetal. Auxilia, ainda, na soberania alimentar das famílias envolvidas, com o uso de espécies de interesse econômico, ecológico e alimentar”, explica o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.

Segundo ele, o programa inova no setor ambiental portuário e utiliza os princípios técnicos da permacultura (sistema de planejamento de ambientes humanos sustentáveis) para sequestrar carbono da atmosfera, conforme a floresta se regenera. “Assim, contribuímos para a redução da emissão de gases de efeito estufa, diminuindo os efeitos das mudanças climáticas e contemplando ainda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, dos quais a Portos do Paraná é signatária”, diz Santana.

Com o PRAD, serão atendidos os ODS números 2 (acabar com a fome e extrema desnutrição global), 12 (consumo e produção responsáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima), 14 (conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável) e 15 (proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres.

VIVEIROS – Bióloga da Portos do Paraná, Jaqueline Dittrich explica que a execução do programa é baseada em um projeto técnico, elaborado por uma equipe multidisciplinar e aprovado pelo Ibama e pelo ICMBio. “Inicialmente, estava prevista a instalação de quatro viveiros, um em cada uma das quatro bacias hidrográficas contempladas pelo programa. Porém, em campo, a equipe identificou a necessidade de instalar o dobro do planejado”, conta.

“Os agricultores de cada núcleo identificado assistiram uma breve apresentação do local, conheceram o regulamento, receberam as mudas e os equipamentos necessários para o manejo e efetuaram a assinatura sobre seu direito de uso e deveres”, destaca Jaqueline.

No Bairro Alto, em parceria com a Secretaria de Saúde de Antonina, foi implantado um viveiro extra para servir à farmácia popular na Unidade de Saúde. Agora, no local, será possível produzir espécies que podem contribuir com a saúde da comunidade. Além de produzir mudas, os viveiros têm também uma função pedagógica, por meio das oficinas teóricas e das atividades práticas.

CONVÊNIO – Paralelamente à implantação dos viveiros, a Portos do Paraná firmou um convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para avaliar a quantidade de sedimento que vai deixar de chegar até o estuário com a recuperação de áreas degradadas por sistemas agroflorestais.

“A ideia é avaliar como a recuperação das áreas com florestas reduz a produção de sedimentos, que em um primeiro momento são carreados aos rios e, posteriormente, chegam até a área de interesse portuário, com impacto na necessidade de obras de dragagem”, avalia o gerente de Meio Ambiente da empresa pública, Thales Schwanka Trevisan.

O Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas para a APA de Guaraqueçaba é uma medida compensatória inserida na Licença de Instalação da Dragagem de Aprofundamento do Porto de Paranaguá.

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