Fé, esperança e solidariedade. Sentimentos que motivam os voluntários do Instituto Água e Terra (IAT) a apoiar in loco as vítimas das enchentes no Rio Grande de Sul. A força-tarefa organizada pelo órgão ambiental partiu na manhã desta segunda-feira (13) de São Mateus do Sul, na região Sul do Paraná, com previsão de chegada para o início desta noite. Serão pelo menos 10 dias de atuação direta em um dos mais intensos desastres climáticos do País.
O comboio conta com 22 técnicos, 11 caminhões-pipa, sete caminhonetes 4x4 e cinco embarcações. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
No Rio Grande do Sul, seguindo orientações da Defesa Civil local, a equipe se dividirá em duas frentes de trabalho. Uma delas, coordenada pelo chefe do escritório regional do IAT em Irati, Jonas André Bankersen, vai atuar em Santa Cruz do Sul com os caminhões-pipa. Ficará encarregada de levar água potável para a população e ajudar na limpeza urbana dos municípios da região, muitos deles castigados pela lama decorrente das chuvas.
“Estamos indo para ajudar em tudo o que for necessário, apoiar nossos irmãos gaúchos. Com esses caminhões, podemos levar água para quem não tem, ajudar na limpeza de uma rua, escola, creche, hospital. A ideia é de servir, não importa como, por isso nos mobilizamos”, destacou Bankersen.
A outra parte do time terá Canoas como base. São 18 servidores, sete caminhonetes e cinco barcos para dar apoio logístico ao resgate de pessoas e animais; na distribuição de alimentos, água e medicamentos; e no transporte de insumos e mantimentos. Essa operação será comandada pelo chefe regional do IAT de União da Vitória, Augusto Arruda Lindner.
“Vamos auxiliar em todas as demandas necessárias, naquilo que a Defesa Civil do Rio Grande do Sul precisar”, disse o coordenador que, no ano passado, atuou no suporte às vítimas das chuvas que assolaram União da Vitória. “Temos quatro profissionais que, por 45 dias, ajudaram na enchente que atingiu o Sul do Paraná em 2023. São pessoas experientes que podem fazer a diferença em um salvamento”, acrescentou Lindner.
MUNICÍPIOS – A força-tarefa liderada pelo IAT contou igualmente com o apoio de diferentes municípios do Paraná na cessão dos caminhões-pipa. “Os caminhões-pipa dos municípios da nossa região ficaram à disposição do Rio Grande de Sul, para que possam ajudar neste momento tão doloroso e difícil”, disse o prefeito de Inácio Martins, Junior Benato.
Motorista da Prefeitura de Irati (Centro-Sul) com habilitação para veículos pesados, Fernando Mendes pediu para integrar a força-tarefa. Além de guiar um dos caminhões, pretende se dedicar a outras tarefas. “Estou indo pronto, para ser motorista, mecânico, o que precisar. Com data para sair, mas sem dia para voltar”, afirmou ele, lembrando da própria atuação quando a água teimou em castigar Irati há alguns anos. “É muito triste, não podemos ficar parados”.
CAMINHÕES – Os caminhões-pipa integram o projeto Patrulha Ambiental, inciativa da Sedest executada pelo IAT. Desde 2019, foram entregues aos municípios 733 veículos, entre caminhões-baú, compactadores, modelos limpa-fossas, caminhões-pipa e poliguindastes, totalizando um investimento de R$ 206,8 milhões.
“O Paraná está mobilizado para ajudar o Rio Grande do Sul. Queremos levar um pouco de apoio, conforto e estrutura. Esses caminhões, por exemplo, vão agilizar a limpeza das cidades e fazer com que a vida comece a voltar para o rumo”, destacou o diretor-presidente do IAT, José Luiz Scroccaro.
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CAMPANHA – Esse é o segundo grande movimento de solidariedade ao Rio Grande do Sul organizado pelo IAT. Desde a segunda-feira passada (6), os 21 escritórios regionais e a sede principal do órgão ambiental em Curitiba estão recebendo donativos em prol da população gaúcha.
Alguns núcleos, como os da Capital, Litoral, Ponta Grossa, Irati, Jacarezinho, Cornélio Procópio, Umuarama, Toledo, Ivaiporã e Cascavel lançaram a campanha “Um alimento por uma muda”, que consistia na troca de um quilo de alimento não perecível, água potável, produtos de higiene ou limpeza e ração para cães e gatos por uma planta de espécie nativa para casa, como araucária, ipê, árvores frutíferas, entre outras. Toda a arrecadação será destinada ao Rio Grande do Sul.
A iniciativa integra a campanha SOS RS, coordenada pela primeira-dama Luciana Saito Massa e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, cuja previsão é seguir até o dia 22.
AÇÕES – Em pouco mais de uma semana de arrecadações, a campanha SOS RS, do Governo do Paraná, já reuniu 3,3 mil toneladas de ajuda humanitária para as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. O volume total de donativos contabiliza alimentos, água potável, roupas e produtos de higiene e limpeza doados em todas as cidades paranaenses até a sexta-feira (10).
O Paraná também tem prestado apoio às cidades gaúchas com o envio de forças de segurança e equipamentos. Já foram encaminhados bombeiros para trabalhar nos resgates, policiais militares para ajudar a coibir roubos e saques nos locais mais afetados, policiais civis para apoiar as autoridades locais e profissionais da Polícia Científica.
O Governo do Estado enviou ainda viaturas, embarcações e helicópteros que estão sendo usados em diversas frentes de trabalho, além de bolsas de sangue, medicamentos, profissionais de outras áreas, caminhões-pipa e técnicos da Defesa Civil.