Artista contemporâneo Adão é o novo residente artístico do Museu Casa Alfredo Andersen

Ele investiga as características atuais do museu, que um dia foi o lar do pai da pintura paranaense, Alfredo Andersen, para sua própria produção. Em desenvolvimento desde 10 de abril, o pintor ocupa o ateliê até 10 de maio.
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25/04/2024 - 11:40
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O projeto de residência artística do Ateliê Alfredo Andersen, espaço anexo à Academia e ao Museu Casa, recebe o artista Adão para uma temporada de produção e pesquisa. Ele investiga as características atuais do museu, que um dia foi o lar do pai da pintura paranaense, Alfredo Andersen, para sua própria produção. Em desenvolvimento desde 10 de abril, o pintor ocupa o ateliê até 10 de maio.

Inspirado nos conceitos de Gaston Bachelard sobre a poética do espaço, Adão tem como pesquisa a busca por entender quando o museu se mostra como museu e quando o lar de Andersen assume o protagonismo. “É sobre o que sobrevive ao tempo, e o que (deixam sobreviver) ao tempo", diz o novo residente, que se atenta desde os detalhes que resistiram ao tempo até a forma como as pessoas transitam pelo ambiente para encontrar pistas sobre o processo de transformação dos antigos cômodos em um espaço cultural.

Na residência, Adão utiliza seu acesso ao museu como residente para explorar lugares que são inacessíveis ao público, como o porão. Ao questionar as mudanças ao longo do tempo, ressalta a importância de preservar as características da casa e suas mutações ao longo dos anos. “Das arcadas do porão, às pétalas do sótão, o museu é uma instituição cultural, mas também carrega os aspectos do que um dia foi uma casa”, afirma.

No ateliê, os esboços e estudos na pintura dão corpo e cor às pesquisas do ambiente. Ele estuda as variações da luz e da sombra, que são importantes para sua escolha artística, e demonstra interesse na sombra como um componente que esconde uma parte da imagem. A dualidade entre mostrar e ocultar, luz e sombra, que existe metaforicamente com a casa de Andersen e o museu, é parte do trabalho na pintura. 

Para Adão, sua evolução como pintor envolve inspiração em outros artistas. Levando as referências e um caderno de estudos para o ateliê, a troca entre as influências amplia sua visão e melhora sua técnica. Para acompanhar a divulgação do progresso e as novidades do projeto durante a residência, o público pode seguir as redes sociais do Museu Casa Alfredo Andersen (@museualfredoandersen) e do próprio artista (@___adao___).

OFICINA – Além das interações com os visitantes do museu, Adão compartilha sua pesquisa e criações com o público e os alunos do espaço. Para o público maior de 13 anos, o artista preparou a oficina de pintura “Das relações entre fundos cromáticos e temperatura na pintura a óleo”, que acontece no dia 2 de maio, das 9h às 12h. A atividade convida os participantes a explorarem a percepção das cores em relação à temperatura. Interessados podem se inscrever gratuitamente por meio deste link.

É necessário ter noções básicas de desenho e cor, além de levar para a aula os seguintes materiais: tela/tecido para pintura ou papel de gramatura maior 150g/m² de 15X20cm até 40X30cm; pincéis de tamanhos médios (16, 12, 7, etc); tinta óleo: branco de titânio, terra de sienna natural, terra de sienna queimada, amarelo ocre, azul ultramar (caso não consiga estas, pode ser qualquer branco, cor terrosa quente e azul); pano para limpeza; e fita crepe (caso opte pela folha ou tecido para pintura)

ARTISTA – Como pintor figurativo, Adão busca conectar espaço, história e pintura, transmitindo dinâmicas que vão além das capturadas pela fotografia. Representado pela ArteFASAM, galeria de arte reconhecida na cena artística nacional, Adão participa ativamente de eventos como a SP-Arte, importante feira de arte da América Latina. Seus trabalhos fazem parte de coleções em países como a Polônia, a Itália e a Holanda.

RESIDÊNCIA – Desde 2019, o projeto de residência artística do Museu Casa Alfredo Andersen se propõe a receber artistas do Paraná, do Brasil e do mundo para uma temporada de produção e interação com o museu e seu acervo. Desde então, o ateliê já recebeu diferentes nomes importantes da cena local como Rettamozzo e Alfi Vivern, e também abrigou o trabalho de artistas internacionais e outros projetos, como os italianos Alberto Salvetti e Christian Balzano, o chinês Tong Yanrunan e a japonesa Mayumi Taguchi.

Serviço:

Oficina de Pintura “Das relações entre fundos cromáticos e temperatura na pintura a óleo”

Dia 2 de maio de 2024, das 9h às 12h

Inscrições em https://forms.gle/qonHnhrYsCrkyunq7

Museu Casa Alfredo Andersen – Rua Mateus Leme, 336 – Curitiba

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