Secretaria da Agricultura alerta pecuaristas sobre os cuidados com pragas das pastagens

04/03/2022
As pastagens, sobretudo do Noroeste do Paraná, que tem 50% da área ocupada por essa atividade, estão sofrendo ataque mais intenso por parte de lagartas desfolhadoras desde dezembro. Elas promovem redução na quantidade e na qualidade da forragem, com reflexo direto na produção de carne e leite. Como orientação sobre as atitudes a tomar, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o IDR-Paraná e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná publicaram uma Nota Técnica nesta quinta-feira. O secretário Norberto Ortigara afirmou que os produtores precisam seguir as orientações dos técnicos e dessa nota para conter a situação de forma correta. // SONORA NORBERTO ORTIGARA //

Dentre as espécies mais comuns de lagarta na região estão a lagarta-do-cartucho do milho e a curuquerê-dos-capinzais. De acordo com a Nota Técnica, o sucesso está no monitoramento, que possibilita a detecção nos estágios iniciais, quando a capacidade que as lagartas têm de consumir o pasto ainda é pequena. É também o período em que o uso de inseticidas biológicos é mais recomendado. Os técnicos que assinam o documento dizem que uma das dificuldades é a escassez de produtos registrados para o controle. A Nota Técnica traz a listagem dos ingredientes ativos liberados pela Adapar e aumenta a obrigatoriedade de seguir todas as recomendações das bulas. Mas, de maneira geral, a recomendação é para se aplicar ao entardecer, evitando horário de sol forte e dias chuvosos, já que as lagartas se alimentam principalmente no final da tarde e à noite, ficando abrigadas na base das plantas em períodos mais quentes. Na Nota, os técnicos recomendam que, caso seja detectada uma grande infestação, o rebanho seja concentrado nesse pasto, com o objetivo de consumir rapidamente a forragem e evitar maiores perdas. Nas regiões mais quentes do Paraná, como Norte e Noroeste, o clima contribui para o encurtamento do ciclo de vida das lagartas, permitindo que ocorram entre oito e nove gerações ao longo do ano, o dobro do observado em regiões mais frias. As lagartas geralmente infestam primeiro as gramas. No entanto, no atual ciclo, o ataque tem sido generalizado. (Repórter: Gustavo Vaz)