Encontro em Londrina formaliza rede de pesquisa que vai combater enfezamento do milho

26/04/2023
Representantes de entidades que se dedicam à pesquisa agropecuária estão reunidos em Londrina para formalizar e discutir detalhes de uma rede de parceiros com o objetivo de realizar estudos sobre o complexo do enfezamento do milho – doença que envolve a cigarrinha-do-milho, transmissora de vírus, e bactérias que podem reduzir drasticamente a produção. O encontro começou nesta quarta, na sede do IDR-Paraná, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, e prossegue nesta quinta. Além do IDR-Paraná, estão envolvidas na iniciativa a Adapar, as universidades estaduais de Londrina, do Norte do Paraná, de Ponta Grossa, do Centro-Oeste, UTFPR, UniCesumar, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Cerrados e as cooperativas Coamo, Cocamar, Copacol e Integrada. A diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino, explica o objetivo do seminário. // SONORA VANIA MODA //

O secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o enfezamento é um novo problema e a estratégia tecnológica está para ser desenvolvida para que se aprenda a conviver e superá-lo. // SONORA NORBERTO ORTIGARA //

O projeto cooperativo se dá no âmbito da Rede Paranaense da Agropesquisa e Formação Aplicada, criada pela Secretaria de Agricultura e do Abastecimento e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o objetivo de estruturar redes de inteligência e fomentar o trabalho compartilhado de pesquisa agropecuária no Paraná. A cooperação envolve doze projetos de pesquisa agronômica, abrangendo a avaliação – no campo e em ambiente controlado – da tolerância de cultivares de milho disponíveis no mercado, o monitoramento de populações de cigarrinha-do-milho e, ainda, o seu controle com inseticidas sintéticos e biológicos. Também por videoconferência, o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destacou a importância de utilizar a estratégia de colaboração entre instituições. // SONORA ALDO NELSON //

O investimento previsto nesta iniciativa é de quase 4 milhões de reais, recurso proveniente do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária — entidade de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná; e do Senar-PR. A duração dos projetos é de três anos. A doença envolve um inseto, a cigarrinha-do-milho, que transmite o vírus. A cigarrinha se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e transmite os patógenos quando se alimenta novamente em lavouras sadias. Ela pode voar em um raio de 30 quilômetros, mas, transportada por correntes de ar, pode alcançar distâncias maiores. Ivan Bordin, pesquisador do IDR-Paraná responsável pela coordenação do trabalho cooperativo, explica que a estimativa de perdas causadas exclusivamente pela doença é uma tarefa complexa. // SONORA IVAN BORDIN //

Na safra 2019-2020, extensionistas e técnicos da Adapar realizaram coletas de plantas, cigarrinhas e tigueras em diferentes regiões produtoras do Estado, e o IDR-Paraná confirmou a presença do vírus da risca e das bactérias fitoplasma e espiroplasma. Até o momento, as principais recomendações para lidar com a doença são o uso de cultivares tolerantes e vistorias constantes no período que vai da emergência das plantas até o estágio de oito folhas, com o objetivo de avaliar a presença da cigarrinha e a necessidade de seu controle com inseticidas químicos ou biológicos. (Repórter: Victor Luís)