Laboratório da Universidade Estadual de Maringá é referência no combate à tuberculose

O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas da UEM presta serviços no combate à tuberculose, prestando atendimento a 30 municípios do Noroeste, com auxílio ao diagnóstico e acompanhamento do paciente.
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24/03/2022 - 08:50
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O dia 24 de março é marcado pelo Dia Internacional da Luta Contra a Tuberculose, doença endêmica, que anualmente registra cerca de 10 milhões de casos e 1,3 milhão de mortes no mundo. A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por meio do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), presta importantes serviços no combate à tuberculose no Noroeste do Paraná. O Lepac possui convênio com a 15ª Regional de Saúde do Paraná e realiza exames regulares para os 30 municípios da região.

"Antes da Covid-19, a tuberculose era a doença infectocontagiosa com a maior taxa de letalidade, muitas vezes associada a quadros de pobreza", afirma a coordenadora do Lepac, professora Regiane Bertin de Lima Scodro, cuja pesquisa de doutorado está relacionada ao agente causador da tuberculose.

Segundo a diretora técnica do Laboratório, Cristiane Maria Colli, o diagnóstico é realizado por Teste Rápido Molecular (TRM), que detecta o DNA da bactéria causadora da doença, com resultado em aproximadamente duas horas. O exame é realizado pelo equipamento GeneXpert, cedido pelo Ministério da Saúde em 2018. “Desde então já realizamos 4.206 testes, com cerca de 10% de diagnósticos positivos”, afirma.

A tuberculose é uma doença bacteriana, causada principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch, nome dado em homenagem ao cientista que descobriu o agente causador da enfermidade, Robert Koch. Altamente infecciosa, a tuberculose atinge principalmente os pulmões, podendo espalhar-se para os rins, ossos e olhos.

O principal sintoma é a tosse persistente, mas também são comuns febre ao entardecer, suor noturno, emagrecimento, cansaço e fadiga. A transmissão ocorre principalmente pela tosse, fala e espirros de pessoas doentes. O tratamento envolve o uso de antibióticos por períodos de seis a nove meses e a principal forma de prevenção é a vacina BCG.

RESISTÊNCIA – A bactéria causadora da tuberculose pode adquirir resistência aos antibióticos tradicionalmente utilizados, o que requer adaptações no tratamento, como o uso de injetáveis. O Lepac conta com um equipamento, conhecido por MGIT, que permite realizar a cultura automatizada das amostras clínicas de pacientes e identificar se a bactéria possui resistência aos antibióticos.

Muitas pessoas podem estar infectadas com a bactéria sem manifestar os sintomas da doença, quadro chamado de tuberculose infecção. Essas pessoas podem, eventualmente, desenvolver a tuberculose ativa, o que torna importante diagnosticá-la ainda no estado latente, segundo a coordenadora do Lepac.

O laboratório da UEM recebeu, recentemente, também do Ministério da Saúde, reagentes para a realização do exame IGRA, teste feito a partir do sangue do paciente. Dependendo da resposta imunológica, o exame é capaz de diagnosticar a tuberculose infecção.

Regiane Scodro e Cristiane Colli enfatizam que um dos maiores desafios no combate à tuberculose é o abandono do tratamento. Segundo elas, é comum que os pacientes apresentem melhora nos sintomas durante o primeiro mês de medicação, o que leva muitos a interromper o tratamento antes da conclusão. “Essa atitude é extremamente prejudicial para o paciente, pois aumenta as chances de as bactérias adquirirem resistência aos medicamentos, reduzindo as chances de cura”, alerta Regiane.

DIA DA LUTA – Aproveitando o Dia Internacional de Luta Contra a Tuberculose, nas próximas duas semanas acadêmicos integrantes de projetos de extensão aprovados pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e coordenados por professores ligados ao Lepac, realizarão atividades em locais públicos, como o Parque do Ingá e a Feira do Produtor, em Maringá, dialogando com a população sobre os riscos, prevenção e tratamento da tuberculose.

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