Pesquisa do IDR-Paraná desenvolve método para “identificação facial” de bovinos

22/12/2021
Um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, em parceria com a UFPR, estuda um método para fazer a identificação de bovinos a partir da captura de imagens e leitura biométrica do focinho dos animais. A iniciativa se deve ao fato de os sistemas de identificação tradicionais, como brincos e marcação a ferro quente, serem ineficientes e até prejudiciais aos animais. Um método confiável de identificação é importante também para dar mais eficiência à rotina das propriedades, como monitoramento de alimentação, ordenha, vacinação e aplicação de medicamentos, e para atender à crescente demanda de rastreamento em toda a cadeia produtiva, além de auxiliar o trabalho das agências governamentais de defesa sanitária. A metodologia envolve a construção de um banco de imagens, onde elas são processadas por redes neuronais e algoritmos para buscar determinados padrões biométricos dos animais. Denomina-se rede neuronal um conjunto de processos computacionais que são conectados de modo a imitar o funcionamento do cérebro humano, e que são programados para reconhecer padrões e se retroalimentar de acordo com os erros e acertos cometidos. É uma das bases da inteligência artificial. No projeto de identificação de espelho nasal de bovinos, os pesquisadores partiram de uma rede neuronal originalmente desenvolvida para reconhecimento de imagens biomédicas. O projeto já conta com mais de 500 imagens, obtidas de animais do próprio IDR-Paraná nas unidades de pesquisa de Pato Branco, Ponta Grossa e Curitiba. Já existe, também, um protótipo de aplicativo para o sistema operacional Android, em fase de testes e ajustes. Nas próximas fases, ele focará na ampliação da base de dados para melhorar o desempenho das redes. A estimativa é que no final de 2022 o aplicativo entre em fase de testes para uso comercial. (Repórter: Wyllian Soppa)