Nos cinco primeiros meses, Portos do Paraná têm alta de 14% na descarga de fertilizantes

13/06/2022
A movimentação de fertilizantes pelos portos do Paraná registrou alta de 14%, entre janeiro e maio de 2022. A importação do produto já mostrava tendência de crescimento desde o ano passado, mas, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o desembarque segue instável, acompanhando o preço e a demanda do campo. Ao todo, nos cinco primeiros meses do ano, foram descarregadas mais de 4 milhões e 791 mil toneladas de adubos, contra 4 milhões e 192 mil toneladas no mesmo período de 2021. O ritmo desse crescimento, entretanto, não foi uniforme. Em 2022, o pico das importações aconteceu em fevereiro. Com o início do conflito, os portos paranaenses receberam quase 48% mais do desembarcado em janeiro. Nos dois meses seguintes, os volumes recuaram. Em março foi 34% menor na comparação com fevereiro deste ano, mas ainda 15% maior que o recebido no mesmo mês de 2021. Em abril, nova queda: 32% menos que o mês anterior. Pela primeira vez no ano, o valor mensal ficou abaixo também do registrado em 2021. Queda de 28% na comparação com abril do ano passado. Agora, os números de maio mostram que as importações voltaram a subir: 88% na comparação com o último mês. A alta também aparece na comparação com o mesmo mês de 2021.
Segundo o diretor-presidente da empresa pública que administra os terminais paranaenses, Luiz Fernando Garcia da Silva, o movimento segue a variação de preços e o medo da falta de insumos pelos produtores.

Em Paranaguá, principal porto de entrada do fertilizante que chega ao Brasil, os armazéns privados têm trabalhado com a capacidade máxima de 3 milhões e 500 mil toneladas armazenadas. Segundo Silva, os portos do Paraná receberam 201 navios com adubos nos primeiros cinco meses desse ano. No ano passado, no período, foram 156 embarcações. Com a demanda na importação dos adubos em alta, o terminal privado que opera em Antonina registrou crescimento de 373% no volume de fertilizantes desembarcados entre janeiro e maio, comparado ao mesmo período de 2021. O tempo prejudicou as operações portuárias no Paraná, no último mês. As chuvas, que impedem o embarque e desembarque de cargas em grão, paralisaram as movimentações por um período equivalente a seis dias e meio. A quantidade de horas paradas é quase 67% maior que em maio de 2021, quando foram 4 dias contabilizados. No ano, os Portos de Paranaguá e Antonina já somam 12 dias de paralisação por chuva. O embarque de óleos vegetais teve alta de 38%, nos cinco primeiros meses deste ano. As importações de granéis líquido, entretanto, tiveram queda de 35% em 2022. De janeiro a maio de 2022, em número de contêineres de 20 pés, foram movimentados 471 mil e 276 de pés - quantidade 4% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior. No sentido exportação, o segmento apresentou crescimento de 8%. Nos cinco primeiros meses foram carregados 273 mil pés e, em 2021, 253 mil pés. Em sentido contrário, de importação, foram 197 mil pés neste ano e 200 mil pés, em 2021, com queda de 1%. No segmento de carga geral, as exportações aumentaram 11% no acumulado do ano. Na importação, queda de 4%. Destaque ainda para a movimentação de celulose, cujas exportações alcançaram 328 mil toneladas, acréscimo de 18% na comparação com 2021. (Repórter: Alexandre Nassa)